Vivemos em uma era de excesso, onde a busca incessante por mais — mais dinheiro, mais status, mais bens materiais — tem se tornado uma norma social. O consumo, antes associado a necessidades básicas, agora é um reflexo de status e identidade, impulsionado por uma cultura que nos convence de que sempre há algo faltando. No entanto, essa busca desenfreada tem um preço: a ansiedade crescente de nunca ser suficiente.
A sociedade moderna está fundamentada na ideia de que a felicidade está diretamente ligada à posse de bens e conquistas. Redes sociais, publicidade e um mercado cada vez mais competitivo criam um ciclo onde estamos constantemente expostos a padrões inalcançáveis. A sensação de estar sempre atrás de algo mais, de nunca ter o suficiente, nos mantém em um estado de insatisfação permanente, levando à exaustão mental e emocional.
Esse fenômeno também se manifesta na forma como lidamos com o tempo. O desejo de alcançar tudo, de viver todas as experiências e de não perder oportunidades gera a chamada FOMO (Fear of Missing Out), uma ansiedade causada pela impressão de que sempre há algo melhor acontecendo, algo que poderíamos estar fazendo ou conquistando. Assim, em vez de aproveitarmos o presente, nos preocupamos excessivamente com o que ainda não temos.
A busca constante por mais também afeta nossas relações interpessoais. A competição por status e reconhecimento pode nos distanciar dos outros, transformando conexões em comparações e nos fazendo enxergar a vida como uma corrida onde há vencedores e perdedores. Essa mentalidade não apenas contribui para a ansiedade, mas também impede que encontremos verdadeira satisfação no que já conquistamos.
A saída para esse ciclo vicioso passa pela valorização do essencial. Praticar a gratidão, reduzir o consumo excessivo e redefinir o que realmente significa sucesso são passos fundamentais para aliviar essa ansiedade. A compreensão de que não precisamos ter tudo para sermos felizes nos permite viver com mais leveza e equilíbrio, priorizando experiências genuínas e relacionamentos significativos em vez da ilusão de que a felicidade está sempre em algo que ainda não possuímos.
